
Principais Obras
A Casa de Vidro
Instituto Pietro Maria Bardi, São Paulo, 1951 – originalmente a residência do casal, o edifício é conhecido como a Casa de Vidro.
A Casa de Vidro foi construída em 1951 para ser a residência de Lina Bo Bardi e seu marido, Pietro Maria Bardi. Desde 1990, abriga a sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi e, por isso, contém obras de arte, móveis, documentos, objetos, cerca de 7.500 desenhos de Lina e 17.000 fotografias, além do arquivo pessoal de ambos.
Com horários restritos de visitação (mediante agendamento prévio pelo email visita@institutobardi.com.br) a Casa de Vidro, ainda pouco conhecida pelos paulistanos, recebe o público das 9h às 15h, de segunda a sexta-feira.
A Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi -- Revista ÉPOCA -- Reprodução Youtube
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Lina Bo Bardi projetou em 1957 as primeiras instalações do MASP, na rua Sete de Abril, e coube também à arquiteta o projeto da sede definitiva: os primeiros esboços de 1958 para o terreno na avenida Paulista, no belvedere do antigo Trianon, foram bastante alterados até se chegar àquela que seria a solução definitiva para construir e inaugurar em 1968.
Um projeto polêmico, uma solução arrojada mas necessária. Um edifício que "são dois" – um corpo elevado e o outro enterrado; um muito visível – volume puro suspenso, isolado e transparente e outro semi-escondido, acomodando-se gentilmente ao forte declive do terreno, quase querendo dissimular sua presença com a vegetação aquática de seus espelhos d’água.
Complementando o prédio singular, a solução proposta por Lina para a exibição da coleção permanente (no segundo pavimento do bloco suspenso) foi radicalmente simples e altamente inovadora, combinando a tradição italiana de suportes muito bem desenhados com a utillização da transparência do vidro.
Museu de Arte Moderna da Bahia
A sede definitiva do museu, inaugurada em 3 de novembro de 1963, está localizada no conjunto do Solar do Unhão, e foi reformada pela própria arquiteta.
Possui vista para a Baía de Todos os Santos, e uma das curiosidades, é que todas as portas e janelas são pintadas de vermelho.
Lina Bo Bardi altera o espaço interno do solar do século XVI, demolindo o segundo piso e criando um espaço vazio. Nele, implanta uma escada de madeira de grandes dimensões, sem pregos e com encaixes que, segundo ela, reproduzem aqueles usados nos carros-de-boi. A inspiração direta na cultura popular parece antecipar a ideia de criação de um museu-escola de arte popular, que deveria funcionar no mesmo espaço do museu de arte moderna.
Tal ideia tematiza a importância da colaboração estreita entre arte industrial e artesanato. Nota-se aí a inspiração direta na Bauhaus, à qual se combina o interesse precoce da arquiteta pela arte popular brasileira.

Igreja do Espírito Santo do Cerrado
A Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado é o único patrimônio da cidade de Uberlândia que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, e também, a única edificação projetada em Minas Gerais pela arquiteta Lina Bo Bardi.
Não ficou imune à ação do homem e do tempo, e por isso, em abril do ano passado foi interditada a pedido da Promotoria de Justiça de Uberlândia, pois oferecia risco de desabamento.
Após seis meses de reforma e inspeção técnica foi reaberta ao público.

Teatro Oficina
Localizado na cidade de São Paulo, foi projetado originalmente em 1958 por Amir Haddad, José Celso M. Correa e Carlos Queiroz Telles.
Após um incêndio, em 31 de maio de 1966 ,o teatro foi modificado e logo foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo, em 1982.
O novo projeto foi elaborado por Lina Bo Bardi, que transformou-o em um teatro-pista, com paredes de vidro em um dos lados e teto retrátil, sendo sua arquitetura vencedora da Bienal de Praga em 1999.

Sesc Pompéia
"Pensei: isso tudo deve continuar assim, com toda esta alegria”. Lina Bo Bardi – Projeto Sesc Pompéia – SP
Três volumes prismáticos de concreto aparente surgem ao lado dos antigos galpões da fábrica de tambores da Pompéia, na zona oeste de São Paulo: um prisma retangular de trinta por quarenta metros de base e quarenta e cinco metros de altura; um segundo prisma retangular, menor e mais alto que o primeiro, de quatorze por dezesseis metros de base e cinquenta e dois metros de altura; e um cilindro de oito metros de diâmetro e setenta metros de altura.
O projeto do SESC Pompéia propõe a manutenção do espaço livre dos galpões, mas sugere também catalisadores das atividades e também um olhar crítico para a antiga estrutura: as funções seriam reprojetadas e o projeto de tecnologia fabril seria deglutido por um projeto moderno.
Alguns processos construtivos artesanais foram pesquisados e incorporados na reforma da fábrica: os coletores de águas pluviais da rua interna foram feitos com técnica simples, pouco usuais para a estética moderna; os mosaicos dos banheiros remetem a construções e artes populares. O concreto aparente e as soluções de circulação vertical e horizontal (além da própria inserção urbana) derivam de um pensamento claramente moderno.
O projeto do SESC Pompéia, concretiza a rua interna da fábrica transformando-a num palco para manifestações espontâneas ou para apresentações agendadas.

Reforma do Palácio das Indústrias
Palácio das Indústrias é uma edificação histórica localizada na cidade de São Paulo. Foi projetado por Domiziano Rossi com a colaboração de Ricardo Severo e Ramos de Azevedo.
Inaugurado em 1924, foi concebido inicialmente como um espaço permanente de exposições agrícolas e industriais mas abrigou várias instituições. Em 1992, passou a ser a sede da prefeitura da cidade. Na ocasião, foi proposta a criação de um edifício anexo, a fim de expandir as instalações da prefeitura e a reforma do edifício já existente. O projeto, foi assinado por Lina Bo Bardi, porém, jamais foi executado.
Lina pretendia intervir no edifício para convertê-lo em um autêntico espaço público. Enfatizou a necessidade de elaborar um projeto que comportasse a ideia de uma prefeitura voltada para a comunidade: “O Palácio não será como são, em geral, os edifícios da Administração Pública, que impedem a participação da vida popular em um ambiente que, afinal, é dedicado a ela. Terá, então, áreas para recreação infantil, com teatro de bonecos, música, merenda, etc.; grande restaurante-choperia; área de exposições variadas; auditório. Enfim, toda Nova Prefeitura será aberta para a visitação pública.”

Reforma do Teatro Polytheama
No início da década de 1980, a administração municipal de Jundiaí (São Paulo) adquiriu o teatro, que passou a integrar o patrimônio público da cidade. Os esforços pela recuperação do Polytheama, iniciados nos anos 80, foram concretizados na década seguinte.
Dentre os projetos apresentados para sua restauração, destacou-se o da arquiteta Lina Bo Bardi, que foi utilizado como parâmetro principal para as reformas efetivamente implantadas.
Apresenta suas paredes originais nuas, e estruturas metálicas aparentes, caracterizando-se em um exemplo de restauro moderno, e dotando-o de importante interesse arquitetônico, ao lado de seu valor histórico e cultural. As intervenções realizadas buscavam resgatar a "verdadeira alma" da casa de espetáculos polivalente, sem intervenções estéticas e ornamentos desnecessários.
